2014
Allan Rock, então presidente da Universidade de Ottawa, destina uma doação anônima para a realização de um estudo de viabilidade e para o desenvolvimento de um programa de educação superior à distância destinado a refugiados sírios, a ser oferecido pela Universidade de Ottawa. O Reitor da Faculdade de Ciências Sociais e o Gabinete do Presidente apoiam esse projeto através de cargos de assistentes de pesquisa.
Um grupo de professores trabalhou com membros da comunidade, licenciados da uOttawa e estudantes assistentes de pesquisa, muitos dos quais tinham vivido a experiência da crise síria e os seus efeitos no Líbano para determinar de que forma a uOttawa poderia contribuir melhor. Eles selecionaram o tema da “mobilização comunitária” como uma área em que a uOttawa poderia oferecer um programa único de educação digital que faria uma intervenção útil, e então desenvolver o conceito de CMIC.
2015
Os membros da equipe CMIC deslocam-se ao Líbano para se encontrarem com pesquisadores e ONGs que se ocupam das necessidades dos refugiados sírios, particularmente no campo da educação. Esta visita ajuda a equipa a identificar necessidades específicas, conceitualizar barreiras, e compreender melhor o que pode ser feito. Além disso, formam uma relação com pesquisadores de saúde pública da Universidade Americana de Beirute para desenvolver ainda mais o conceito.
Em Ottawa, pesquisadores universitários e estudantes trabalham em conjunto para realizar uma pesquisa exploratória sobre educação em mobilização comunitária, além de angariar fundos para apoiar o desenvolvimento de um currículo que se adeque aos resultados de aprendizagem desejados.
2016
CMIC acolhe um workshop com participantes do Líbano, Palestina, Canadá e Suíça, explorando modelos de aprendizagem comunitária e modelos de aprendizagem em linha e mista, particularmente nas comunidades indígenas canadenses, e nas comunidades afetadas por conflitos e refugiados na Palestina, Líbano, Jordânia, Quénia, e Europa.
Participantes no workshop CMIC
Da esquerda para a direita: Sabah Ikhmays, Al-Quds University; Najwa Silwadi, York University; Sawsan Abdulrahim,Universidade Americana de Beirute (AUB); Fadwa Labadi, Universidade Al-Quds; Emily Regan Wills, Universidade de Ottawa.
2017
CMIC recebe financiamento da Open Society Foundation para iniciar, em parceria com a Universidade Americana de Beirute, o desenvolvimento curricular e para realizar uma formação piloto no Líbano em um período de um ano e meio.
Um grupo de voluntários CMIC em uma reunião
uOttawa e pesquisadores da AUB trabalham em conjunto para determinar os principais resultados da aprendizagem e planejar a elaboração de um currículo.
Os membros da equipa CMIC de Ottawa conduzem as primeiras entrevistas com mobilizadores no campus da uOttawa.
Nadia Abu-Zahra entrevista Mozaynah Nofal no estúdio em uOttawa.
2018
Pesquisadores da CMIC da uOttawa e AUB recolhem histórias de mobilizadores no Líbano, Palestina, Egipto, Tunísia, México e Canadá. Em colaboração, eles transformam estes materiais no primeiro conjunto de materiais de aprendizagem CMIC, que são disponibilizados tanto em inglês como em árabe.
Emily Regan Wills e Radamis Zaky de uOttawa entrevistam Lina Ismail da Associação Dalia em Ramallah, na Palestina.
CMIC fortalece o relacionamento com a Associação Dalia na Palestina e a Youth Speak na Região do Curdistão do Iraque; ambas as organizações ajudam-nos a reunir histórias de mobilizadores com quem trabalham nas suas regiões.
CMIC realiza uma versão piloto de um dia dos seus materiais de aprendizagem em Ottawa, onde uma dúzia de participantes de ONG locais e da comunidade da uOttawa discutem e aprendem sobre mobilização comunitária a nível global. Este micropiloto é facilitado por Emily Regan Wills, Nadia Abu-Zahra e Diana El Richani da uOttawa, e Isadora de Lima Branco, estagiária da CMIC da Universidade de Brasília.
O primeiro piloto CMIC completo é realizado no campus de Bekaa da Universidade Americana de Beirute (AUB), facilitado por Sawsan Abdulrahim e Zahraa Beydoun da AUB e Diana El Richani da uOttawa. Trinta sírios, palestinos e libaneses residentes em Bekaa, todos com experiência de trabalho em projetos baseados na comunidade e em ONG locais, recebem uma formação de quatro semanas em mobilização comunitária e desenvolvem os seus próprios projetos.
Participantes da versão piloto e facilitadores CMIC (Sawsan Abdulrahim e Zahraa Beydoun da AUB e Diana El Richani da uOttawa).
CMIC desenvolve uma relação com a Universidade de Brasília e apoia uma organização estudantil desta universidade, Umanità, na oferta de um piloto CMIC com uma turma curta na universidade. Os materiais de aprendizagem da CMIC são traduzidos para o português e são acrescentados materiais adicionais em português e inglês. O piloto brasileiro é facilitado por Isadora de Lima Branco.
CMIC oferece workshops de “formação de formadores” sobre os materiais CMIC em Ottawa, e em Nova Iorque, nos escritórios do Comité de Serviços Africanos. Estes workshops são financiados por uma Bolsa de Ligações do Conselho de Investigação em Ciências Sociais e Humanidades do Canadá.
2019
CMIC realiza mais workshops de “formação de formadores”, incluindo dois em Beirute em parceria com a Rede Shams, e um com pessoal e um com jovens no Centro Comunitário Árabe de Toronto.
Workshop CMIC na Rede Shams em Beirute, com Diana El Richani da uOttawa (extrema direita) e Megan Kelly da Youth Speak (à esquerda de Diana).
Trabalho com o pessoal do Centro Comunitário Árabe de Toronto num workshop no seu escritório de Scarborough.
Os materiais CMIC começam a ser utilizados nos cursos da Universidade de Ottawa.
Com uma bolsa do programa Storytellers da National Geographic Society, as equipas CMIC começam a planejar a coleta de histórias em vídeo de mobilizadores no Líbano, Palestina, Região do Curdistão do Iraque, Brasil, e Canadá, incluindo mobilizadores que participaram na programação CMIC, para preparar vídeos narrativos curtos e prontos para a sala de aula. A coleta de dados começa no Brasil, em colaboração com jovens que participaram no piloto da Universidade de Brasília, na Palestina, em colaboração com a Associação Dalia, e no Canadá, com estudantes da uOttawa.
Nadia Abu-Zahra, co-directora da CMIC, é agraciada com a Cátedra Conjunta de Estudos da Mulher da Universidade de Ottawa e da Universidade de Carleton por um período de três anos, com enfoque na pedagogia transformadora feminista e com o foco na universidade como espaço de mobilização.
CMIC colabora com LASeR, uma ONG que apoia o ensino secundário e terciário para refugiados em Tripoli, Líbano, para oferecer uma formação de oito semanas a estudantes do ensino secundário e superior sobre barreiras ao ensino pós-secundário, com o apoio financeiro do Instituto Issam Fares da Universidade Americana de Beirute.
CMIC apoia a Youth Speak, uma ONG que opera em Dohuk, região do Curdistão do Iraque, para dirigir um projeto-piloto com jovens refugiados e deslocados internos que vivem nos campos de Dohuk.
Participantes no piloto de Dohuk de 2019, realizado em parceria com a Youth Speak.
CMIC inicia a sua relação com a Université Saint-Joseph, trabalhando para oferecer um programa de certificação para os refugiados e mobilizadores das comunidades de acolhimento.
2020
O piloto CMIC com o LASeR é concluido, porém a implementação das mobilizações iniciadas pelos participantes é interrompida devido à COVID-19.
Participantes no piloto de 2019-2020 em Tripoli, Líbano, realizado em parceria com a LASeR.
Durante o lockdown, a CMIC trabalha com estudantes da uOttawa e outros voluntários para continuar a investigação e o desenvolvimento de recursos. Os estudantes traduzem materiais da CMIC para o francês, mobilizações de documentos em resposta à crise da COVID-19 em Ottawa, traduzem e codificam dados de pesquisa para o inglês, árabe e português, e constroem e documentam as suas próprias mobilizações sobre questões relacionadas com as suas comunidades.
2021
Ainda a trabalhar em condições de bloqueio, CMIC continua a recolher vídeos e depoimentos escritos de mobilizadores no Canadá, Região do Curdistão do Iraque, Brasil e Líbano, bem como a desenvolver novos materiais de aprendizagem e a continuar o trabalho de expansão e tradução dos recursos.
Graças ao financiamento do eCampusOntario e do CANARIE, a equipa CMIC começa a trabalhar com um grupo qualificado de programadores de software do departamento de Tecnologias de Informação da Universidade de Ottawa, a fim de desenvolver uma nova plataforma inovadora para a partilha e utilização dos materiais do CMIC.